domingo, 24 de agosto de 2008

No Algarve uma vez mais faço BTT ao mais alto nível...

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Lagos -> Fóia (Monchique) -> Albufeira

De facto o titulo do post é um bocadinho sensacionalista...mas é verdade ou alguém consegue subir a mais do que 900 metros no Algarve?

Na realidade esta como tantas outras foi uma ideia que surgiu pouco tempo antes de ser posta em practica, simplesmente porque os encontros e desencontros a que a vida nos sujeita não permitem dispor de muito tempo e então a solução é ... improvisar...e eu começo a tornar-me mestre useiro e vezeiro desta arte do improviso no BTT, desenvolvi desde á algum tempo alguns pequenos truques que me permitem passar da ideia á practica em poucos minutos desde que esteja a sair de casa já de bicicleta, caso contrário ainda me esqueço de muitas coisas.
Neste caso dei-me ao luxo de nem sequer preparar nada antecipadamente, ou seja no dia anterior enviei uma mensagem para confirmar se alguém estava interessado nesta viagem, mas de resto toda a preparação de material foi feita no próprio dia de manhã.

A ideia por detrás deste passeio de bicicleta, foi a validação de alguns trilhos que farão parte da 7ª etapa da Volta a Portugal em BTT e surgiu -me então a ideia de o fazer partindo de casa em direcção ao comboio que seria meu aliado até Lagos, donde faria a ligação por estrada até Bensafrim e dai já seguiria o track que será usado nessa etapa da já mítica VPBTT.

Depois de verificar que os meus companheiros habituais de pedalada continuam uns tenrinhos á séria, só consegui enganar o Carlos (Faxes) que entrou no comboio em Portimão e partilhou este dia de BTT, naquela que virá a ser talvez a mais dura das etapas da VPBTT realizada até ao momento.

Embarquei de manhã no comboio e tal como mentalmente visualizara na noite anterior, aproveitei a hora de viagem para reforçar o corpo, com uma croissantzito, uma empada, e um bolo conjuntamente com 2 nectares de Pêra que adquiri na estação de Albufeira, tudo isto que se foi juntar ao belo prato de cereais que comi ainda antes de sair de casa.
Aproveitei a viagem para rever mentalmente o track e inclusivé algumas alternativas e possibilidades que se poderiam colocar durante o dia, depois de estar largo tempo da viagem nesta introspecção olhei para a direita e vi em toda a sua majestade a Serra de Monchique onde distingui claramente a Foia e aquele que seria o grande desafio de todo o dia. Lindo como sempre, mas tentador e desafiante como lhe é caracteristico este é o ponto mais alto do Algarve e também o ponto mais alto a Sul do Tejo, o que só por si lhe confere uma aura á qual não consigo fugir e tal qual peregrino de Fátima, de tempos em tempos tenho que lá chegar de bicicleta.





Saimos da Estação de Comboio de Lagos já a pedalar sob o olhar atento de 2 policias que estavam no cais de desembarque, que não mostraram grande satisfação pelo facto de nos aventurar-mos a pedalar ali mesmo na saida do cais. Mas o que é facto é que não nos dirigiram palavra e em boa verdade foram apenas alguns miseros metros. Depois de alguma confusão (minha) lá consegui colocar-me "em cima" do track e fazer aquela que eu esperava rápida e suave ligação de cerca de 10 kmtrs até Bensafrim, no entanto aquilo que não estava na minha programação era um vento Norte bem notado e verdadeiramente incómodo que colocou logo ali á prova a nossa determinação em levar de vencida uma subida á Foia a partir de Lagos. Tal como ai vaticinei este vento norte só nos viria a abandonar quando começamos a subir pela encosta Sul da Serra ou seja quando precisariamos de alguma "aragem" fresca foi quando de facto o vento deixou de se fazer sentir.
Após Bensafrim e acertados os ritmos de cada um seguimos em direcção á bonita Barragem da Bravura e dai em direcção a Romeiras onde viriamos a fazer a primeira verdadeira paragem do dia, para repôr liquido e restabelecer a pulsação ao nível normal, confesso que nesta altura o calor que se fazia sentir e aquilo que ainda faltava me deixavam algo apreensivo, já que ainda nem tinhamos verdadeiramente começado a subir e eu já começava a sentir os efeitos do calor, felizmente que esta sensação não passou disso mesmo e realmente só quando começamos a subir a sério é que eu comecei a sentir que de facto estava num dia "dos bons".



O próximo ponto de referência era Marmelete como eu nunca tinha subido por esta zona da Serra, Marmelete configurava-se como que uma espécie de ponto de partida para a verdadeira subida, mas o que é facto é que a ascensão até Marmelete é feita por uma subida com uma inclinação respeitável e com o piso muito deteriorado pelos camiões e máquinas responsáveis pela desmatação que está em curso por esta altura, começando assim a sentir-se desde logo aquela que seria na realidade a grande dificuldade do dia...o piso de algumas zonas, que chegou mesmo a colocar aos Faxes, alguns desafios na medida em que o obrigava a desmontar a meio da subida e a partir dai, só mesmo muitos metros acima é que era possivel conseguir condições para voltar a montar e vencer mais alguns metros da subida que nesta altura já era practicamente constante.



Depois de uma pequena e curta paragem em Marmelete, lá seguimos o derradeiro ataque á Foia e ás suas subidas, á medida que subiamos a temperatura voltava a tornar-se suportável, e sentia-se novamente uma brisa que me dava alento para continuar, ultrapassamos a referência que são sempre as éolicas e a cada metro que estavamos mais perto, melhor eu me sentia e mais queria continuar sem paragens, no entanto uma manada de vacas "estacionada" em pleno trilho, obrigou-me parar, procurar alternativa de trilho e finalmente respirar fundo para vencer o medo e a necessidade de ultrapassar mais este obstáculo já que a alternativa seria voltar a descer alguns quilómetros e recuperar alguma alternativa quiçá ainda mais dificil que aquela que tinhamos escolhido. Optei por fazer pouco mais de uma centena de metros a pé com a bike ao lado para não provocar qualquer reacção insperada nos animais que coitados não têm culpa do dono irresponsável que têem. Depois desta peripécia e com a Fóia ali tão perto entramos nos ultimos 2/3 kilómetros de ascensão que são feitos em alcatrão e que me permitiram deixar o Carlos um pouco para trás no seu ritmo e vencer então a ansiedade que já se apoderava de mim pelo facto de estar algo atrasado em relação ao horário mental que tinha estipulado, já que recorde-se a hora tornava-se importante na medida em que ainda teria que passar por Portimão para deixar o Carlos e seguir até Albufeira ou seja depois de vencida a grande dificuldade do dia ainda teria sempre que pedalar mais de 65 Kilómetros até casa.
Já junto á placa que assinala os 900 metros de altitude aguardei até que chegasse o Carlos, que acabado de vencer estes ultimos 2/3 kilómetros e apesar do seu sempre reservado modo de estar vinha também ele com grande satisfação já que não é todos os dias que um rapaz com 17 anos e pouca experiência vence este desafio.


Após a foto da praxe começamos uma louca descida até Monchique e até á paragem mais aguardada do dia, o menu BTTista, neste caso o menu BTTista algarvio que fica anos-luz acima daquele que é aceite comumente como o menu razoável.
A descida até Monchique é feita por um caminho de verdadeiro downhill, que exige grande destreza, muita atenção e especialmente grande sangue frio para superar alguns desafios que se colocam a cada segundo, já que o descanso entre pontos de perigo não é suficiente para normalizar os níveis de adrenalina, em boa verdade existiram 2 ou 3 pontos que devido aos recentes episódios que tive de quedas parvas, preferi desmontar embora mesmo assim possa dizer que a descida é 100% ciclável.



Depois foi o reforço alimentar e seguir em direcção a Portimão para deixar o Carlos e depois seguir em direcção a casa. Ficou claro e desde logo prometido para muito breve a subida á Picota que ali mesmo ao lado se ergue aos quase 800 metros de altitude e por isso é o segundo ponto mais alto do Algarve, pontop aliás onde os VPBTTistas passarão na 8ª etapa.



Para os participantes nas 7ª etapa da VPBTT apenas vos digo que é desta que o Algarve vos vai tornar nuns homemzinhos, quanto á 8ª etapa vão aprender a fazer a barba com uma faca de mato. EHEH!!!

Todas as FOTOS AQUI

domingo, 17 de agosto de 2008

Vamos Ajudar o Paulo Pedro...

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Porque se justifica "puxei" este assunto para o topo do blog.

Saibam mais sobre a história do Paulo Pedro em: www.projectobtt.com

A vossa divulgação também é importante, copiem este cartaz e multipliquem-no pelos vossos contactos.


Cartaz ainda em actualização.

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