segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Reconhecimento da 8ª etapa da VPBTT

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Como prometido a mim próprio esta semana lá me aventurei pelos trilhos da 8ª etapa da VPBTT, apesar de nunca me ter aventurado na subida á Picota (2º ponto mais alto do Algarve), os relatos faziam-me prever que a coisa ia tornar-se numa aventura e pêras, os restantes ingredientes do dia incluiam, subida a Monchique desde Portimão, travessia da Serra de Silves, passagem junto á reserva cinegética e passagem junto ás barragens até Messines, para só depois "baixar" até Albufeira.



Depois de tentar praxar alguns amigos fiquei convencido que de facto já não convenço ninguém com este ar de anjinho que me é caracteristico...e por isso lá me fiz á aventura sozinho, tendo consciência que é algo que nunca se deve fazer, especialmente em território desconhecido, sem certezas em relação a pontos de apoio/abastecimento, etc...é o velho ditado: "Faz como eu digo, não faças como eu faço!" Resultado: Já vi o homem da Marreta!!!



Depois dos sempre acelerados preparativos matinais e de mais um madrugador sprint de 5 Km para apanhar o comboio, lá me instalei para tomar o pequeno almoço num dos bancos da carruagem contigua á carruagem que transporta as bikes e calmamente fiz a viagem até Portimão que seria o ponto de partida de mais um dia de puro BTT.



A subida por estrada até Monchique serviria de aquecimento para o restante dia, após uma Coca-cola já dentro da Vila de Monchique, iniciei a subida á Picota de forma cautelosa não queria gastar os cartuchos todos só nesta subida até porque aquilo que me assustava mesmo era a travessia da Serra de Silves.
A classificação da subida á Picota usando os tracks da via algarviana é no que ao BTT diz respeito: sofrivel! Existe um troço de cerca de 200 metros de verdadeiro trial, com inclinações superiores a 20% o que para mim que sou um tenrinho assumido significou subir a pé durante mais de 100 metros apesar das insistentes tentativas de me colocar em cima da bicicleta, além disso existem ainda outras zonas de subida muito técnica e com bastante pedra solta que obrigam a uma escolha muito criteriosa do trilho a seguir , acima dos 620/630 metros de altitude a vegetação começa a escassear e é notória a falta de uso que tem os trilhos a partir daqui, chegando mesmo ao ponto de os ultimos 200 metros já com o miradouro á vista serem feitos com a bike ás costas e procurando com muita calma qual o melhor sitio para colocar os cleats das botas para que uma escorregadela sobre as pedras graniticas tipicas desta zona não deite tudo a perder. Definitivamente não aconselhável a ninguém nos dias húmidos ou a "travessistas" com atrelados ou alforges.



Para os interessados na 8ª etapa da VPBTT, eu aconselho a subida por estrada até ao ponto de contacto com o track original que se situa cerca de 1 km mais á frente já depois da picota, a subida continuará a ser dificil embora sem o saborzinho a desafio que se sente em alguns pontos das trialeiras que usei para subir mas aquilo que se perde em termos de vistas sobre o Algarve pode ser recuperado noutros pontos da descida que se segue e que é alucinante.



A descida que se segue á picota é um misto de pequenos trechos de single-track, estradão e estrada secundária de uma faixa, que nos 6 km seguintes rapidamente nos colocam quase 800 metros abaixo do miradouro da picota, o pequeno senão é que a partir deste ponto inicia-se a travessia da já falada Serra de Silves o que significa em poucas palavras, pouca vegetação, muito calor, desniveis acentuados sucessivos, em que tão depresa estamos nos 200 metros de altitude como de seguida voltamos aos 10/20 metros para logo voltar a subir, os pontos de apoio, terreolas, tascas, ou mesmo casas só em miragem.
Mesmo assim e como era um reconhecimento tentei fazer um "corte" que permitisse poupar alguns quilómetros e evitando uma grande parte da serra, mas a hipótese acho que ainda torna mais acentuada a falta de apoio apesar dos monótonos quase 10 Km que poderiam ser evitados.



Apesar de ter abastecido de água numa das casas particulares que encontrei no inicio da Serra e mesmo sabendo que deveria manter as reservas de água sempre abastecidas, o que é facto é que não encontrei outros pontos de abastecimento até chegar já perto da Barragem do Funcho, o que significou que fiz mais de uma hora completamente sem água, seria mesmo aqui que eu começava a ver o homem da marreta, já que estes erros pagam-se caro mesmo tendo feito depois uma paragem prolongada e tentando minimizar o estrago o que é facto é que desde a Barragem do Funcho e até casa foi um resto de volta algo penosa.



Para finalizar a parte da 8ª etapa da VPBTT, um percurso já muito conhecido em redor da barragem do funcho e que a acompanha durante cerca de 15 km, levando-nos até uma ultima subida mesmo antes de chegar á Vila de Messines.
Depois foi só ligar esta vila até Albufeira já por estrada, porque se começava a fazer tarde e o empeno também já não perdoava. ;-)

Mesmo assim foi um dia espectacular, de facto estas pequenas aventuras a que me sujeito, não são mais do que o realizar aquilo que me dá prazer, o que nunca consigo tranferir para a objectividade das palavras é o que sinto e por isso já perdi a esperança de fazer entender a quem não partilha desta paixão, o que me move.

Mais fotos AQUI.

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